segunda-feira, 2 de julho de 2018

Esperança e inspiração

Algumas coisas e algumas pessoas me motivam a escrever

Por serem atípicas
Por serem típicas

Por terem sentimentos ruins ou bons demais
Por terem fibra ou serem grandes covardes

Mas algumas pessoas elas motivam mais que escrever
Trazem um sentimento de ímpeto
Uma nota diferente de viver
Inspiram o que eu faço
Me fazem querer ser melhor
Me fazer querer tentar o melhor

Ter ideais...seguir ideais
Acreditar no que sou, no que posso ser
Perder o medo - preferir a adrenalina
A construção...

A esperança...a inspiração
Quando você é parte delas
E elas são parte de você
Quando você faz coisas por elas e com elas

Mas nada é tão intenso que não possa ser extensamente complicado
Mantenhamos a esperança e torçamos por inspiração

sábado, 26 de maio de 2018

Quanto custa, Bertha e Ion?

Novas responsabilidades são um novo horizonte de dicotomia

Mesmo que se tenha passado um longo período em busca da tal novidade
Nada é...e nunca será...inócuo

A grande diferença é que a dicotomia esperada pende sempre para uma "óptica" otimista
Uma boa "óptica" que mantém o tônus emotivo
O estímulo adrenal de cada um

O meu é científico e, considerando "meu berço esplêndido", algo inexplicado
Mas veja...acabo de descobrir o quão custa uma intenção de descoberta
Oi?
Cem mil e quantos?
Volta gotinha de café, não posso desperdiçar mais nada!

Para vender minha crença pessoal, ela tem de virar uma ideia
Uma ideia plausível em diversos universos

Do prático e imediatista
Ao prolixo paciente

Do idealista altruísta
Ao mercantilista ateu

E dentre habilidades mil, mas esta precisará aparecer
Vender hipóteses - não nulas - em histogramas de curva normal
Sobre situações nada habituais e histórias naturais das quais nada sabemos ao certo

Mas vamos lá para mais uma guerra em um país sem guerra nenhuma
como diriam Bertha e Ion
...que fugiram da guerra
...que ficaram famosos
...que como bons judeus cultivaram a mão bem fechada
...que ficaram velhos
...que lembram de quase nada além de memantina diária
...que escreveram tanta coisa
...que desejam morrer, mas nunca mais irão
afinal o que está escrito, está para todo o sempre...

Dito!



sábado, 3 de março de 2018

Março novo, vida nova

Mais um ano médico começando...
Sim, porque o ano médico começa em 01 de março.

É quando as residências começam e acabam.
Até então tudo pertencia ao ano passado,
e os planos furtivos para não ter plantões/prescrições no natal, ano novo e carnaval, finalmente parecem ter ficado para trás

Sua sanidade irá retornar junto com o ovinho de páscoa número 8 que seu paciente mais humilde e sentimental vai te dar lá no finalzinho do mês,
quando as "águas de março" fecharem o verão...e tiverem enchido enormes poças ladronas de chinelas havaianas e deliciosas "bicas".

E o novo ano...

O ano novo traz a eterna dificuldade em despedidas, com as quais me conformo, mas nunca me acostumo...
Traz essa constante e às vezes excruciante ansiedade por novos planos...
O recomeço em novos lugares, com novas pessoas que ainda não tem uma identidade, uma essência dentro da minha essência...
Novas oportunidades...é março...de novo

Tal qual chamada da sessão da tarde, vamos "rumo a uma incrível jornada", sem "dar mole para bandido"!

Fui encontrada pelo acaso destruidor de angústias.
E enfim...serei orientada por alguém.
Sobre quem não sei muita coisa, mas espero que esta saiba me manter no trilho certo da transmissão sagrada da arte da pescaria em revoltosos mares laboratoriais.

"On the process of becoming a great scientist"
Que se encerre a pressa, que eu esteja sempre aberta a novas idéias
Que seja menos sobre conceitos inadequados de genialidade e mais sobre olhar delicadamente para o não usual
Que seja sobre riscos, que não vão importar...sou "nobody"
Que seja sobre diversão, que eu saiba quando dizer não...
Que seja sobre escrever e comunicar...
Sobre cair e levantar...
Sobre ler, não entender e ler de novo...
Sobre ficar com sono e as vezes correr atrasada...
Sobre fazer idiotices e no fim dar muitas risadas.

Sobre reprogramar expectativas...

Sobre entender que nenhum teste estatístico irá me mostrar porque tudo foi...
e sempre será...
completamente inesperado.



Mantendo segredos

Não será sobre segredos de amigos.
Não será sobre segredo médico.
Não será sobre notícias bombásticas.

Será sobre quando você tem um segredo só seu e não deve contar para ninguém.
Um segredo tão bom, mas tão bom que você quer contar para todos que gosta
e alardear ainda mais para quem não gosta.

Mas puxa...essa ainda não é um segredo concreto
Ele ainda é de barro e pode chover levando tudo embora

Por enquanto manteremos nossas pontes de hidrogênio

Até 24 de janeiro manteremos nossas pontes de hidrogênio.

Manteremos nossas conveniências e nossas expectativas frágeis.
Sabemos honestamente que não é possível qualquer covalência.

Antes de fazer parte deste experimento alguém me disse:
- Observe menos e deixe que as pessoas vejam quem você é.
Não foi possível...
Meu método científico pede que eu observe seu movimento,
entenda o quão browniano você é e o que altera sua entropia.

Então, só então...eu poderia sentir a segurança de me manter aleatório perto de você.
Não aconteceu.

Não foi falta de tentativa.
Tentativa e erros repetidos.

Eu tentei bastante.
Eu tentei por mim.
Eu tentei por quem sempre tenta comigo.
E não...eu nunca tentei por você.
Por que você não tenta por ninguém.






sábado, 6 de janeiro de 2018

As tensões e as incertezas

Tensões e incertezas são como o ovo e a galinha.
Um prêmio a quem souber o que veio primeiro!

Outro dia fiquei pensando se realmente existem pessoas despreocupadas e desapegadas.
Pessoas que só vivem o hoje e não projetam em absoluto seu futuro.
Imagino que se essas pessoas existem elas devem ter descargas adrenérgicas ínfimas e uma vida de sol e mar.

Tensões e incertezas são o arsênico noturno para seus anseios futuros.
Quando você planeja algo por muito tempo, pensa em tudo que pode dar errado com você, tudo que já deu errado para alguém.
Seria tão simples se tudo desse certo mais rápido.
Se as pessoas fossem mais fáceis.
Se elas realmente ouvissem você ao invés de somente dizerem que o fazem.

Tensões e incertezas seriam o motivo para você escolher um caminho desafiador?
Um caminho com consequências imediatas desagradáveis, mas com possibilidades futuras melhores?
O que terá acontecido com quem toma uma decisão difícil?
O que realmente é uma decisão difícil?
O que realmente define a "sua conduta"?

Qual será a conduta certa?
O que escolher?
E se eu me arrepender?
Quem vai me entender?

Faltam pouco metros para ir pela direita ou pela esquerda.
A direita está cheia de algumas certezas: irritação, angústia, ausência de liberdade e "selfies" internacionais que para o grande público enchem os olhos,
mas não preenchem sua verdadeira alma. As terças e quartas me mostram em todos os congressos o verdadeiro vazio disso.
A esquerda não há nenhuma certeza, há apenas uma sensação...
Uma sensação boa...uma subjetividade de entrelinhas que parecem tão certas e agradáveis...
Uma ausência de verbalizações que falam o que eu sempre acabo procurando.
Mas uma sensação boa é suficiente para um desvio tão grande e uma briga certa sem nenhuma garantia?

É...parece que não há certeza nenhuma.
Todas as opções não deixam um meio termo.
Ah...as tensões e as incertezas!












quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Propriedade intelectual

O principal desafio do mundo acadêmico não é descobrir o que você quer estudar.
Não é descobrir o que você precisa para preencher as pendências de formação que tem.
Tampouco estruturação de writing acadêmico, formulação de metodologias adequadas, estatística e tudo isso.

O principal desafio é lidar com as expectativas sobre a sua propriedade intelectual.
Ainda que essa...ainda custe a existir,
Ainda que seu “talento” seja só uma grande aposta...

Essa disputa começa muito antes...
Ela começa com a escolha ou a imposição ocasional de um orientador.

Em um mundo ideal, você poderia escolher a pessoa que é mais bacana...
A que mais apoia suas idéias e entende suas necessidades,
mas falando a verdade isso deve acontecer em 1 a cada 100 teses de qualquer coisa já escrita.

No caminho até que seja determinada quem será essa figura misteriosa para você,
Muitas coisas interessantes, chatas e surreais irão acontecer.

Tenho encontrado alguns tipos interessantes e você certamente já viu muito deles andando por aí...

Já esbarrei com aqueles que nem sabem o que você quer, mas sabem muito bem o que eles querem: a posição dois na co-autoria de um artigo para o qual você ainda nem tem uma pergunta.

Já esbarrei com aqueles que nunca vão te dar liberdade de criação, ainda que esse seja um pré-requisito aparentemente óbvio para qualquer empreitada científica.
São daqueles que fizeram sua imagem às custas de mil pós-graduandos.
Contaram falsos segredos e venderam falsas promessas...têm mil artigos de usurpação intelectual cheios de descontentamentos e rancores revelados por ghost writers de ocasião.

Já “esbarrei” - por longos minutos - com aqueles que assistiam, já com uma certa passividade, a apresentações cheias de expectativas e falhas óbvias surgidas da necessidade de manter um segredo maior...esses parecem promissores, mas não tem mais paciência...perderam o brilho da ciência pela ciência...afogaram-se em milhares de combinações tão devastadoras subjetivamente que precisam de alguém pronto. Alguém com muito mais predicados do que eu.

Esbarro voluntariamente e recorrentemente em uma escolha de antes.
Talvez a escolha que eu sempre quis, mas que não pode mais ser.
É um outro momento, são outras expectativas. Diferentes necessidades.
Críticas que eu não vou mais saber tolerar ou enfrentar como eu deveria.
Meu orientador não deve saber tão bem quem eu sou.
Meu orientador não pode ser uma parte tão importante de mim.

Então entendo que eu talvez eu só precise de um esbarrão aleatório,
um caminho não pensado, um acaso.
Eu só preciso ter liberdade e ficar em paz.
Eu só preciso ter a exata medida da minha propriedade intelectual em todas as suas esferas.

Esperança e inspiração

Algumas coisas e algumas pessoas me motivam a escrever Por serem atípicas Por serem típicas Por terem sentimentos ruins ou bons demais ...